A Coragem de Ser Autêntico

Por Vivian Broge
Publicado em 06 de agosto 2021

Ao compartilhar algumas reflexões da minha jornada de autoconhecimento e desenvolvimento, espero abrir espaço para iniciarmos um diálogo sobre coragem e autenticidade.

Recentemente tive oportunidade de conversar com duas pessoas diferentes, uma jornalista e um professor e executivo de inovação, sobre minha história e foi muito interessante ouvir de outros algo que no fundo eu sei, mas nem sempre comuniquei: que precisei de coragem em muitos momentos decisivos para me tornar quem estou sendo hoje. E digo “quem estou sendo”, porque tenho consciência que sou um “produto inacabado”.

Desde muito jovem, sempre fui uma pessoa questionadora, curiosa, profunda e muito disposta a mergulhar dentro de mim, de minhas luzes e sombras, para encontrar respostas para o que emergia em meu contexto de vida.

Como diria Albert Camus: “Na profundidade do inverno, por fim aprendi que no meu interior havia um verão invencível.”


Liderança Ágil e Autoconhecimento

Recentemente, assisti a uma palestra do Simon Hayward na qual ele mencionou que, para ser um líder ágil, é preciso atuar como um facilitador e “disruptor” ao mesmo tempo, além de abraçar novas formas de engajar pessoas, tais como:

  • Estarmos confortáveis com um ambiente desconfortável.
  • Fomentarmos a colaboração através de confiança, transparência e empatia.
  • Reconhecermos que o “contrato social” de trabalho mudou e valores como sustentabilidade, diversidade e inclusão são imperativos de nosso tempo.

Com o conceito de Ram Charam em mente – “a primeira liderança é a de si mesmo” –, refleti sobre a importância do autoconhecimento para a liderança nos dias de hoje e quero compartilhar alguns dos insights que tive.

Para estar confortável com o que emerge do contexto em constante transformação, entendo que preciso primeiro estar confortável com meus talentos e imperfeições, pois, “é preciso aprender a fracassar ou fracassaremos em nossa aprendizagem”, tal como ensina Tal Ben-Shahar, professor de psicologia positiva da Universidade de Harvard.


Autenticidade como Prática Diária

Brené Brown, em seu livro A Arte da Imperfeição, nos alerta para cultivarmos nossa autenticidade e abandonarmos a pessoa que pensamos que devemos ser, assumindo quem realmente somos. Ser autêntico, segundo a autora, é uma prática diária que exige coragem para ser imperfeito, estabelecer limites e permitir a vulnerabilidade.

Minha experiência de vida me mostrou que os momentos nos quais estive mais vulnerável foram os momentos nos quais construí vínculos e confiança mútua com times, amigos e família. Quando reconhecemos nossos pontos fortes, fracos, sucessos e insucessos, nos abrimos para ver a beleza do imperfeito em nós mesmos e nas demais pessoas à nossa volta.


Colaboração e Empatia Assertiva

Kim Scott, em seu livro Empatia Assertiva, explica que, para trabalhar a colaboração e atingir resultados, é necessário falar para ouvir. Essa técnica implica em dizer coisas para provocar uma reação nas pessoas, permitindo um diálogo mais profundo e efetivo.

As perguntas que estão vivas em mim neste ponto são: Como estou fazendo para ouvir as pessoas? Tenho falado para ouvir? O que posso fazer mais e melhor para gerar segurança psicológica em meu time e em todas as minhas relações?


A Coragem de Ser Você

E. E. Cummings escreveu: “Ser ninguém a não ser você mesmo em um mundo que faz o possível, noite e dia, para fazer de você qualquer um, menos você mesmo, significa travar uma das batalhas mais duras que qualquer ser humano já travou, e nunca parar de lutar.”

Nas palavras de Brené Brown: “Permanecer real é uma das batalhas mais corajosas que iremos lutar.”


Autoria

Vivian Broge é comunicóloga, com MBA em desenvolvimento e gestão de pessoas e especialização em pensamento complexo. Atuou em diversas empresas, entre elas Natura, Danone e ISS. Desde 2018, está como diretora de recursos humanos da Iguatemi Empresa de Shopping Centers. Professora em programas de pós-graduação e MBA, é mentora de mulheres no programa Mentoria Colaborativa – Nós por Elas do IVG.